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Da época de nadador lembro dos famosos exercícios educativos, que consistiam simplesmente de uma repetição exaustiva de um mesmo exercício. Quem nunca viu aquelas crianças indo para o clube praticar natação com suas pranchinhas de isopor embaixo do braço?

Essas pranchinhas servem para os atletas segurarem com as duas mãos enquanto nadam movidos só pelas pernas. Isto é um exercício educativo apenas para as pernas.


Outras vezes o isopor fica entre as pernas para o exercício ficar concentrado dos braços. Para que serve isso ?


Concentração. Desempenho repetitivo e excelência.


O mesmo ocorre no estudo dos concursos. Nosso exercício educativo nada mais é do que repetir o mesmo exercício como se nunca o tivéssemos visto.


Como devem ser feitos estes exercícios?


O aluno deve pegar a apostila, com a matéria que já estudou, e localizar os exercícios propostos geralmente no final do capítulo.


Outro segredo deste método está, também, na maneira como resolveremos estes exercícios. Em uma folha a parte e sem sujar a apostila com o enunciado dos exercícios, iremos resolvê-los. Após concluída a resolução de todos os exercícios do capítulo, iremos verificar o gabarito. Isto tudo sem sujar a parte que apresenta o enunciado do exercício, mantendo-a
intacta.

 

Explicarei o porquê.


Após a conferência do gabarito com o que elaboramos em folhas a parte, verificaremos quantas acertamos e, principalmente, o que erramos.

 

Tanto com o que acertamos quanto com o que erramos é interessante elaborar algumas fichas nos indicando sobre qual o melhor caminho na matéria, pequenos detalhes que passaram despercebidos quando confeccionamos as fichas a primeira vez, mas que no momento de exercitar a matéria percebemos que são importantes e que ainda não tinham sido fichados. Além disso, até mesmo assuntos que nós já fichamos em blocos anteriores, mas que ainda continuam obscuros, nos fazendo cometer deslizes nos exercícios, devem ser novamente fichados.

 

Este fichamento será bom porque esta nova ficha, com o mesmo assunto, estará em um novo bloco de fichas, fazendo com que você leia novamente um assunto que não tinha ficado bem gravado da primeira vez que o fichou. Desta forma você passará a encontrar este assunto em dois blocos diferentes de fichas, fortalecendo mais um assunto que não estava ainda sedimentado.

Retornando à página onde estava o enunciado dos exercícios que resolvemos, vemos que ela ficou absolutamente intacta, sem qualquer mácula ou marcação que indicasse que já havíamos resolvido ou tentado resolver aquele exercício.


O motivo desta limpeza toda é justamente preparar a nossa mente para daqui a algumas semanas novamente encarar aquela mesma bateria de exercícios como se fossem exercícios novos, como se fossem um desafio, uma prova de concurso.


Tudo bem, mas qual é a vantagem disso?

 

É sutil, mas funciona. O objetivo desta operação é aumentar a auto-estima de nossa mente. Naturalmente espera-se que em uma segunda tentativa consigamos acertar muito mais exercícios do que na primeira, correto?

Então nossa mente interpretará que acertou exercícios novos, que acertou o primeiro exercício que ousou desafiá-la, acertou de primeira. É como se a iludíssemos positivamente, fazendo com que pense sempre positivo em relação àquela matéria. E lembrem-se que pensamento positivo atrai pensamento positivo. Fazer com que nos sintamos bem em relação a uma matéria, que a princípio nos tinha feito errar vários exercícios, pode ser um passo fundamental para nos deixar à vontade com qualquer exercício desta matéria, inclusive os do dia do concurso.

A outra vantagem de não sujar o enunciado das questões é que poderemos fazer diversas vezes os mesmos exercícios, e assim aferirmos se estamos melhorando na quantidade de acertos daquele capítulo.

 

Mas lembrem-se: é necessário que não fiquem marcações de resoluções anteriores para que não seja influenciado o nosso raciocínio nesta nova realização dos mesmos exercícios.

 

Elaborei uma tabela muito prática que me serviu de apoio na realização dos exercícios dos capítulos que iam sendo concluídos.

 

No campo reservado ao lado do número colocava a opção da questão que considerava correta, evitando assim fazer marcações na folha de exercícios.

 

Após a correção, fazia a contagem de acertos e o percentual acertado. Em seguida esta tabela era datada e guardada.


Em alguns dias ou mesmo semanas, esta mesma bateria de exercícios deveria ser executada. Isso mesmo, a MESMA bateria de exercícios.


Muitos alunos pensam que devem fazer um milhão de exercícios diferentes para estar calibrados para o concurso quando, na verdade, o que interessa é saber fazer bem os exercícios mais pedidos.


Continuando, nesta nova data escolhida para fazermos os mesmos exercícios do final deste capítulo, teremos a oportunidade de comparar se evoluímos ou não em relação a vez anterior que fizemos estes exercícios.

 

Esta nova tabela também deve ser guardada para uma futura comparação, e assim sucessivamente. Não existe o menor problema em se fazer sempre os mesmos exercícios, desde que eles sejam relevantes e que possam fazer com que os pontos principais da matéria sejam sedimentados em nossa mente.


Muitos podem perguntar: “Será que é bom fazer os mesmos exercícios?”


A resposta vem da comparação com o treinamento dos atletas que fazem os mesmos exercícios fundamentais, mesmo depois de já estarem no topo do ranking.

 

Podem também argumentar: “Ah, mas os exercícios dos atletas têm muito menos variação do que os exercícios de um concurso público”. É verdade, e por essa razão a quantidade de exercícios fundamentais de um aluno de concurso público também será muito maior.

A REPETIÇÃO DOS EXERCÍCIOS

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