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O menino e as borboletas

O menino e as borboletas


Era uma vez um menino que explorava a natureza no quintal de casa.


Olhando para uma árvore, viu três formas curiosas penduradas em três galhos diferentes, um mais alto que o outro.


Prestou mais atenção e percebeu que aquelas formas se mexiam bem devagar, como se algo quisesse sair do seu interior.


Surpreso ficou quando viu uma rachadura aparecer no casulo mais próximo. Era a asa de uma borboleta. Que lindo, pensou.


Vendo o esforço que o pequeno ser fazia para quebrar as fibras que circundavam o invólucro que antes o protegia, o menino resolveu ajudar o animal.


Com um graveto rasgou completamente a parede da casca de fios, facilitando o trabalho da pequena borboleta que nascia.

Feliz ficou quando deu a liberdade ao ser alado.


Animado, o menino seguiu para o segundo casulo, já com a intenção de realizar o mesmo procedimento. E foi exatamente o que começou a fazer assim que viu os movimentos que partiam de dentro do ninho.


Enquanto cutucava o casulo, olhou para a primeira borboleta que havia libertado. Estava no gramado logo embaixo da árvore.

Parecia ter dificuldade para começar a voar.


Rapidamente, o menino deixou um rasgo inacabado no segundo casulo, facilitando apenas em parte a saída da segunda borboleta. E voltou para ver se conseguia ajudar a que estava caída.


Por mais que tentasse, nada conseguia. A bela borboleta, tinha grandes e bonitas asas azuis, mas não conseguia voar, faltava algo.


Levantando o olhar, o menino conseguiu ver a segunda borboleta sair do casulo semi-aberto por ele, e de uma forma muito parecida com a primeira, cair no gramado ao seu lado agora.


Desanimado, olhou o mesmo esforço que a criatura fazia para começar sua vida nos ares. Parecia que esta teria o mesmo destino da primeira que foi mais ajudada.


Porém, quando tudo parecia perdido, a cambaleante borboleta decolou. E em poucos instantes se misturou com as árvores ao seu redor.


Voltando o olhar para o terceiro casulo, aquele que não chegou a tocar, o menino contemplou o belo e natural desabrochar da terceira borboleta, que enfrentou com todas as suas forças o primeiro desafio de quebrar as fibras do casulo, e então, com o devido treinamento provocado pelo esforço, voou imediatamente após a saída, com plena naturalidade e desenvoltura.


Em certos momentos o desafio é mais importante do que a ajuda.


Alex Viégas (24/03/2018)

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